quinta-feira, 19 de julho de 2012

TEATRO PARA A TERCEIRA IDADE.

Os habitantes de um país não podem ficar socialmente unidos sem uma força ordenadora. E quando essa força existe, unindo pessoas como seres livres e independentes dentro do direito e da arte, estamos diante de uma nação possuidora de uma cultura.
Não há nação forte se sua produção cultural for fraca; não há projeto nacional se não há consciência cultural; não há vida inteligente sem arte. Estas são verdades tão evidentes, que não precisam ser demonstradas.
Também é evidente que os homens e mulheres que viveram muito trazem consigo uma importante bagagem que se acumulou com os anos: os conhecimentos, as sabedorias, as vivências de seu povo. Enquanto a neve dos anos se acumula em seus cabelos, as mil folhas da eterna primavera do saber se depositam em suas mentes: as músicas, os ditos e feitos, as velhas festas, as orações, as procissões, os bailes, os velhos trabalhos e lazeres, as mil cidades com que se construiu a atual cidade de São Carlos.
Roberto Villani, homem de teatro que já acumulou mais de 50 anos de ribalta, decidiu-se por ministrar oficinas onde os maiores de quarenta anos poderão expressar suas experiências sob a forma teatral. Villani parte do pressuposto de que todos podemos nos comunicar teatralmente: o ator e o não-ator podem usar suas vozes, gestos, expressões faciais, dança e jogos para trocar ideias e sonhos.
É simples: todas as experiências são importantes. Todas as vivências são dignas e únicas. Todas as nossas ações e sentimentos podem ser transferidas para as linguagens do teatro e partilhadas com nossos semelhantes. Teatro é comunhão e quem muito viveu tem muito a partilhar. Roberto Villani se coloca como facilitador para que essa partilha se torne possível.
Na religião xintoísta, os japoneses idosos são convocados a escrever para seus descendentes que ainda irão nascer. Esses escritos são provavelmente a mais forte base para a cultura oriental. Mirando-me na cultura japonesa convido meus leitores mais experientes a fazer a oficina “Teatro para a terceira idade”: primeiro porque é lúdico, é muito divertido; mas também porque todos precisam que as experiências dos mais velhos não se percam, sejam expostas, que vivam mais algumas vezes e se tornem a base para a vivência dos mais jovens.
As inscrições para essa oficina (e para todas as oficinas de inverno da Oficina Cultural) estão abertas e são gratuitas. Basta ir até a Rua São Paulo, 745, de segunda à sexta feira à tarde ou à noite, ou nos sábados à tarde. Receberemos inscrições até o fim desse mês. E as oficinas acontecerão nos meses de agosto e setembro. O telefone para maiores informações é 3372-8882. Aguardamos todos: a Oficina Cultural é de vocês!

Ney Vilela, coordenador da Oficina Cultural Sérgio Buarque de Holanda


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