quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

NEY VILELA RETORNA À ADMINISTRAÇÃO ALTOMANI.


O professor Ney Vilella será o novo presidente da Fundação Educacional São Carlos (Fesc). A nomeação está prevista para ser publicada no Diário Oficial desta terça-feira, 10. Ele assume o lugar deixado por Nelson Lourenço, que deixou o posto no último dia 27 de janeiro.
A reportagem do Primeira Página conversou, por telefone, com o futuro nomeado na tarde de ontem. Ele preferiu não atravessar o anúncio do prefeito, mas ressaltou que gostaria de voltar a São Carlos com o intuito de ajudar Altomani. Vilella reside atualmente em Jaú.
O professor iniciou um trabalho no grupo do prefeito Paulo Altomani ainda no governo de transição. À época, final de 2012, era dada como certa a inserção de Vilella na Secretaria de Educação, o que não ocorreu. Ele foi para a Coordenadoria de Artes e Cultura, local em que permaneceu até outubro de 2013.
  • Escrito por  Fábio Taconelli

 

POPULISMO TEM CUSTO!


O polêmico economista Roberto Campos, há mais de meio século, formulou uma interessante definição para populismo: “O populismo é a arte de distribuir riquezas antes de tê-las produzido.”

Após 2002, o governo brasileiro distribuiu recursos (sob a forma de aumentos salariais muito acima da inflação, bolsas para ampliar a rede de proteção social, ampliação do crédito e construção de casas populares), sem tê-los criado ou, sequer, expropriado. Afinal, nem ocorreu aumento de produtividade (e consequente geração de riqueza), nem diminuíram (muito ao contrário) os lucros dos grandes empresários e banqueiros.

De onde, então, surgiu o dinheiro? O primeiro passo foi o de se ampliar os gastos públicos, injetando-se recursos na economia, em geral, e nas contas dos bolsistas, em particular. O BNDES elegeu algumas empresas “campeãs”, que receberam empréstimos com juros subsidiados (e sem necessidade de demonstrar que poderiam honrar a dívida contraída). E a CAIXA irrigou os programas de distribuição de donativos (donativos sim, pois não havia contrapartida dos “bolsistas”) e os programas habitacionais.

Como não houve planejamento nesses desembolsos, o retorno dos recursos sob a forma de crescimento sustentado da economia não ocorreu. Os empréstimos do BNDES transformaram-se em vergonhosos episódios de falências fraudulentas e o dinheiro entregue aos bolsistas acabou incentivando o consumo de produtos importados, uma vez que as empresas brasileiras (encalacradas com os impostos, a falta de infraestrutura e os custos da energia) não tinham condições de atender ao mercado.

Injetar dinheiro na economia, sem produzir riquezas, produz inflação. E o governo petista decidiu escondê-la: a cotação do dólar foi mantida artificialmente baixa (mantendo baixos os preços dos importados no mercado interno, o que destruiu de vez a competitividade do empresário nacional); alguns produtos manufaturados receberam isenções fiscais (aumentando o déficit público); o preço dos combustíveis e da energia elétrica foram represados.

Para evitar aumento nos preços dos combustíveis, a PETROBRAS foi assaltada pela militância partidária petista, asfixiando a empresa a partir dos cargos de diretoria e do conselho administrativo. Claro, aproveitaram-se da situação para fazer caixa para o partido, para a base aliada e também mandar uns trocados para contas bancárias no exterior...

As empresas de eletricidade foram descapitalizadas, por conta da redução das tarifas de consumo de energia, ficando sem condições de investir na manutenção de linhas e no aumento de produção. O resultado, desesperador, é a produção insuficiente que só não se transformou – ainda – em racionamento graças à produção termoelétrica que gera energia 300% mais cara.

Como sair dessa situação? A resposta é teoricamente fácil, mas sua implantação é impressionantemente difícil: o governo precisa arrecadar mais e gastar menos. Precisa cobrar mais impostos e parar de desperdiçar dinheiro. O problema é que (com as graves deficiências de infraestrutura) os pequenos e médios empresários não conseguiriam sobreviver ao aumento da carga tributária. E as classes médias, totalmente desassistidas pelo governo, não admitem mais impostos.

Do outro lado, o governo não sabe economizar e não pode abandonar os programas de proteção social (seja por motivos humanitários; seja por necessidade eleitoral).

Pois é, populismo tem custo! Quanto? As ruas dirão.

Ney Vilela
Coordenador Regional do Instituto Teotônio Vilela de Estudos Políticos
Membro da Academia Jahuense de Letras
Membro da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
Membro do Instituto Cultural de Artes Cênicas do Estado de São Paulo
Membro dos Estudos Pós-Graduados em História (Cultura e Representação) da PUC-SP
Professor de Teorias da Comunicação  e de História do Brasil Contemporâneo da Fundação Raul Bauab - Jahu

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

MARAVILHA! SERÁ QUE NO BRASIL...

Um Banco canadense resolve agradecer aos seus clientes. Criaram uma máquina de atendimento que interage com os clientes, falando com eles, oferecendo-lhes presentes etc. Maravilha. Será que no Brasil seria possível acontecer algo parecido?



O GOLPE DA GRAVIDEZ NO IMPÉRIO.


            Eu sabia que o golpe da gravidez é prática safada de alguns anos para cá. Estava enganado. O lance sem-vergonha da mulherzinha que finge apaixonar-se por homem endinheirado é coisa muito antiga. A  fulana entrega-se a um astro (artista, desportista, político etc), engravida e, em seguida ao nascimento do bebê, aplica o golpe: cobra caríssimas pensões para os seus rebentos. Na verdade, o dinheiro não é bem para o custeio da educação do filho, embora parte dele seja para isso mesmo, mas para as próprias despesas do luxo no qual viverão a partir daí.
            Mas eis o registro mais antigo desse golpe criminoso; 1828. Conta-nos a História, com certas reservas, que D. Pedro I era useiro e vezeiro nas conquistas femininas. Isso todos nós sabemos. Que costumeiramente engravidava a esposa e, ao mesmo tempo, mulheres das mais diversas camadas sociais. Enquanto foi sexualmente ativo, D. Pedro I fez vinte e oito filhos, dez na própria esposa e dezoito em esposas dos outros e em impudentas raparigas da vida fácil. Soubemos que uma quituteira negra do Palácio de São Cristovão engravidou do Imperador e uma freira, na Ilha Terceira. Tirso de Molina, lá pelos idos de 1615 mais ou menos, criou o lendário Don Juan, personagem libertino escrito por inúmeros autores. Se fizéssemos um paralelo entre  Don Juan e D. Pedro I, este seria mais persuasivo galanteador.
            Mas reportar-me-ei ao caso mais estrepitoso do nosso Imperador. Em 1828, no Rio de Janeiro, a Rua do Ouvidor era a mais importante, pois lá havia muitas refinadas casas comerciais, na maioria de franceses. De passagem vindo de São Cristovão para o Paço da Cidade, D. Pedro I sempre transitava pela famosa rua em sua imponente carruagem imperial. Naquelas oportunidades, observava atentamente o animado comércio, com indisfarçável interesse nas modistas francesas ali estabelecidas.  conta-nos historiadores que o Imperador marcou presença amorosa com muitas dessas moçoilas.
            Magnífico observador do mulherio oriundo da França, D. Pedro I, num instante, pôs olhos na casa número 98, defronte à Rua Nova do Ouvidor. Naquele local, a empresa de Bernardo Wallenstein & Companhia, que cuidava de modas e papéis pintados. Evidentemente, ele não estava interessado nos produtos da empresa, mas na belíssima Dona Clemência Saisset, esposa do senhor Pierre Joseph Félix Saisset, sócio de Bernardo. Esta senhora, modista, tinha apenas vinte e cinco anos e  já mãe de dois filhos. Nas idas e vindas pelo local, D. Pedro I notou olhares sedutores da moça e, não teve dúvidas, planejou estratégico plano para levar ao sucesso a inevitável conquista. Contratou Pierre, marido de Dona Clemência, para colocar os papéis pintados nas paredes de todo o Paço de São Cristovão. Assim, enquanto Pierre ocupava-se com a tarefa contratada, D. Pedro I cuidava-lhe da esposa. Trabalho lá, traição cá.
            Certo dia, Pierre voltou para casa antes do horário habitual. Surpreso, encontrou o Imperador completamente nu em sua própria cama...
            - Tadinho, querido, ele tomou um violento tombo do seu cavalo e eu o trouxe para casa, tirei-lhe a roupa para aplicar-lhe massagem de socorro...
            Pierre fingiu acreditar. Imaginou as grandes vantagens lucrativas com a situação. Para começar, D. Pedro I autorizou-o a colocar faixa na fachada da sua empresa com os dizeres: "FORNECEDOR DA CASA IMPERIAL".
            "Olha o golpe aí, gente!" O previsível sempre acontece. Dona Clemência engravidou de D. Pedro I. Situação deveras constrangedora para o Imperador, que não encontrou outra solução para minimizar os efeitos do escândalo senão indenizar a peso de ouro Pierre. No dia 30 de dezembro de 1828, mandou o casal Saisset para a Europa. Dona Clemência recebeu vários presentes, um saque de setenta e cinco mil francos e um título de pensão vitalícia. O pequeno ser nascido do espúrio amor teria sua educação total paga com mesada régia. O menino nasceu em Paris, no dia 23 de agosto de 1829, batizado com o nome de Pedro Alcântara Brasileiro, registrados oficialmente como pai e mãe Pierre Saisset e Dona Clemência Saisset.
            Curiosamente a história ganharia proporções hilárias. O casal não escondeu a verdadeira paternidade do menino. O próprio Pierre bazofiava sobre o fato do rebento ser filho do imperador do Brasil. E para comprovar o que afirmavam, Dona Clemência divulgava na sociedade francesa toda a correspondência amorosa entre ela e D. Pedro I.
            Assim, deixo aqui um conselho aos rapazes endinheirados que se julgam irresistíveis: o golpe da gravidez é implacável. Cuidem-se!

Roberto Villani