sexta-feira, 14 de novembro de 2014

NATAL NO BOSQUE, PELO GRUPO CULTURAL REGINA PACIS.



O Grupo Cênico Regina Pacis estreia o espetáculo NATAL NO BOSQUE no próximo domingo, dia 16 de novembro às 17h30 no Teatro Martins Pena (Praça Marques de Alegrete, 44 - Vila Gonçalves - S.B.Campo). O texto e a direção de Hilda Breda mostra um grupo de animais da fazenda que se dirigem ao bosque para presenciar um grande acontecimento. O Papagaio, o Galo, o Boi, o Burro e a Ovelha se encontram com o Macaco e a Onça e, juntos se dirigem à uma gruta. Logo depois chegam os Anjos, José e Maria que está grávida. Em seguida, ela fala  que chegou o grande momento.

O elenco é formado por 18 atores: Ana Maria Medici (Papagaio), Adriana Victorino (Ovelha),Emeri Guglielmetti(Burro), Fatima Lucas(Boi), Luiz Carone (Galo), Marcela Andreza(Onça), Reginaldo Lucas (Macaco), Inara Braz (Maria) , Chico Braz (José) e Ana Luize Brandão, Andrea Picon, Artur Picon, Fabricio Carone, Lorena Girodo, Rafael Girodo, Robson Mariotto, Thainá Fernandes (Anjos)
O Regina Pacis , grupo de teatro criado há 52 anos, em  São Bernardo, além de não deixar de produzir espetáculos adultos e infantis que excursionam durante todo o ano,  mantém uma tradição de, na época natalina, produzir um espetáculo que termina com um presépio ao vivo.
A apresentação tem 45 minutos e a indicação etária é livre. A entrada é franca.




quarta-feira, 5 de novembro de 2014

TRIBUTO A UM GRANDE AMIGO.


            Consistido na expressão bíblica "Muitos serão chamados, poucos serão escolhidos" (Mateus 22.14), atrevo-me à corruptela "Muitos selecionados, poucos eleitos". Quero dizer, muitos amigos pela vida à fora... Considerar alguém como amigo é fácil, até corriqueiro. Algumas ações solidárias, parceiras, já pode qualificar uma pessoa como amiga. Mas essa qualificação não identifica a amizade como autêntica. As tais chamadas almas irmãs. Selecionamos, então, como amigos, aqueles que nos dão tapinhas nas costas, nos abraçam com frequência, nos cumprimentam em efemérides especiais, mas... Contudo, elegemos os empáticos, aqueles que visitam com frequência as nossas carências e abastanças, parceiros das nossas vidas, almas irmãs que proclamam a amizade acima dos interesses próprios. Que jamais, jamais, apontarão na nossa direção a inveja, o egoísmo, a parcialidade como armas dissimuladas.
            Roberto Fernandes Peres, jornalista e diretor artístico, trabalhou no jornal santista Cidade de Santos como Editor de Variedades. Comandava o setor de artes do jornal, através do qual apoiava todo e qualquer artista, de qualquer modalidade. Esteio incondicional à Cultura de Santos e da Região por muitos anos, desde 1967. Foi jornalista colaborador do jornal Última Hora e crítico de dança do jornal A Tribuna de Santos.
            Em agosto de 1970, fiz parte da Comissão Julgadora do  VIII Festival Estadual de Teatro Amador de São Paulo, realizado na cidade de Santos-SP. Durante a festa de encerramento do festival, quando da entrega dos prêmios, no dia 31, fiquei entusiasmado com a vibração do público na agitação das torcidas. E esse entusiasmo determinou-me à realização de um festival de teatro mas somente para crianças. Movido por toda uma carga de objetivos antigos em relação ao teatro e a criança, eu queria ver toda aquela vibração numa plateia exclusivamente infantil.
            - Eu vou organizar um festival de teatro só para crianças. - disse à moça que estava sentada ao meu lado. Essa jovem era a querida Maria Alice, esposa do Roberto Peres. Então, após o evento, na saída, nos conhecemos. Em janeiro do ano seguinte, realizei o Primeiro Festival de Expansão do Teatro Infantil, promoção pioneira. O jornal Cidade de Santos apoiou totalmente o evento sob o comando do Roberto Peres. Foi o início de uma amizade empática, parcerias de almas irmãs.
            Roberto Peres foi diretor do Corpo Estável de Dança da Secretaria da Cultura de Santos de 1991 a 1996. Comandou a encenação da Fundação da Vila de São Vicente no ano 2000. Dirigiu de forma magistral em 2009 o espetáculo Kasato Maru em comemoração aos cem anos da Imigração Japonesa no Brasil, no Teatro Coliseu em Santos.
            Desde 1966, eu mantinha um projeto de teatro denominado TERV Teatro Educativo de Roberto Villani. Grupo amador, que atuava de forma variada e voluntária  em toda a Baixada Santista e na região de São Paulo. Os nossos atores apresentavam em escolas, clubes, entidades assistenciais, teatros etc, peças teatrais, shows, canto coral e performances diversas. Sempre, mas sempre mesmo, repórteres e fotógrafos do Cidade de  Santos punham-se presentes, com matérias importantíssimas à divulgação do nosso trabalho.
            Em 1993 e 1995, Roberto Peres foi curador das Bienais de Artes Visuais de Santos. Nessas ocasiões, recebeu prêmios da Associação Paulista de Críticos de Arte de melhores mostras fora da Capital. Nessa mesma área artística, atuou como coordenador cultural da Pinacoteca Benedicto Calixto de 1993 a 1995. Também foi coordenador do Salão de Arte Jovem do Centro Cultural Brasil Estados Unidos, de 1998 a 2004.
            A partir de 1972, passei a escrever para a coluna Histórias do Tio Villani no periódico Escolinha, editado pela empresa PRODESAN - Progresso e Desenvolvimento de Santos sob a supervisão da Secretaria de Educação de Santos. Esse jornalzinho era distribuído a todos os alunos das escolas municipais da cidade. Quem me abriu as portas para esse trabalho foi Roberto Peres, que exercia alguma função jornalística na PRODESAN.
            Professor, diretor, carnavalesco, e tantas outras atividades ligadas à arte, à cultura, a grupos de teatro, fizeram de Roberto Peres personalidade marcante, inconfundível,  na Baixada Santista. Participamos juntos em diversos eventos culturais,  inesquecíveis parcerias. Perdemos os contatos mais frequentes quando mudei para Descalvado. Nosso último encontro ocorreu em julho de 2011, quando ministrei curso de teatro para a educação pela Prefeitura de Santos. Roberto Peres veio ao meu encontro no palco do Teatro Guarany para um abraço, o último. Era diretor da Escola de Artes Cênicas "Wilson Geraldo", da Secretaria de Cultura de Santos. Faleceu no dia 3 de novembro, deixando a esposa Maria Alice, os filhos Lucas e Roberta e a neta Rosa.
            Nosso eterno aplauso.

Roberto Villani