Sabedoria
Absoluta.
Roberto Villani
Quando a sapiência
cósmica criou o universo e habitou alguns planetas com seres viventes,
dotou-lhes de essência anímica para torna-los eternos no plano divino. Deus, o Arquiteto
do Tudo, criou, então, a alma, que se instalaria nos corpos físicos e, como
arquivo divino, guardaria os códigos adquiridos em cada vida, em cada
indivíduo. Na verdade, na morte, o que se desfaz é a parte física, o corpo, não
a alma. Esta, nos caminhos do aperfeiçoamento, percorre corpos vivos, quando os
assume a cada novo retorno. Evidentemente, não é o homem que renasce, mas a sua
alma.
Digamos que a alma, que
indubitavelmente não tem gênero de sexo, mantém em sua constituição a
personalidade das pessoas nas quais habitou. Traz os códigos arquivados em sua
energia cósmica, marcadamente os das últimas vivências, com os quais adquire
evolução empírica. Se habitou homem, códigos masculinos. Se mulher, códigos
femininos. É através desse, digamos assim, estudo das personalidades, que a
alma desenvolve a Luz que um dia a tornará “estrela” no firmamento de Deus. A
tão propalada evolução humana está atrelada à evolução anímica. È a alma quem
evolui, não o corpo, e é ela quem traz para os períodos subsequentes da vida os
resultados dos conhecimentos obtidos através dos séculos. Somos hoje o que
alguém foi no passado. E se quisermos manter o significado de nossa vida de
forma que enriqueça os códigos que deixaremos para a nossa alma, temos
necessariamente que buscar o nosso crescimento em todos os sentidos, oferecendo
continuidade à formação etérea do nosso Eu espiritual. No futuro, essa alma que
hoje ocupa o meu corpo estará envolvida em outro ser vivente que com certeza
herdará os códigos criados pelos meus pensamentos, ações e personalidade. Em princípio, esse novo ser não será muito
diferente do que sou agora, pois terá na constituição da sua personalidade
principalmente os códigos recebidos através da alma. Na continuidade da vida,
ele criará personalidade própria, mas a essência dos meus códigos
permanecerá. Então, emerge a pergunta da
nossa intranquilidade: “Então, quando eu morrer, acaba tudo?” É evidente que
não, pois a nossa personalidade se perpetuará no âmago do nosso espírito. Há
que se considerar também a genética física que se cruzará com a genética
anímica. Nessa fantástica simbiose, emerge o ser como um todo, reflexo da Luz
divina e do meio material gerador.
Quando nasce um novo
ser, a sapiência cósmica determina-lhe uma alma que já cumpriu suas tarefas entre
vidas. Para a Lei Divina do retorno anímico não há distinção de sexo. Não lhe é
auscultada a integridade dos códigos armazenados; não lhe é como fator
obrigacional conhecer a constituição daquilo que a vida material construiu.
Então, ela, a alma selecionada, passa a ocupar por Lei o corpo recém-nascido. E
não haverá erro da Natureza quando códigos femininos forem destinados a um
corpo masculino. Ou vice-versa. Nem a chamada aberração conforme os
segregadores afirmam. São puramente conflitos nos estados anímicos entre o ser
e o não ser. A Lei não prevê a ambiguidade material. Na verdade, não lhe é
atribuição ações no plano físico. Em razão disso, um homem que recebe uma alma
com códigos femininos terá em sua mente, que é instrumento da alma,
características de mulher. Será mulher em corpo de homem. Ou homem em corpo de
mulher. No plano cósmico, não houve permissão para escolha de sexo, uma vez que
a alma é assexuada. A Lei é soberana. E a escolha se dá pelo grau evolutivo da
alma e pela experiência que ela poderá transmitir ao ser que nasce. É evidente
que o ser cresce, desenvolve-se no meio familiar e social, e forma a sua
personalidade através do Livre Arbítrio, construindo novos códigos de conduta,
de caráter. Mas se tem em sua essência espiritual códigos femininos ou
masculinos, assim o será pela atual vida a fora.
Portanto, cada vida
física que vem à luz recebe a alma que lhe coube por determinação cósmica
carregada dos códigos pregressos. O ontem renasce no hoje e com ele todas as
características humanas arquivadas nos últimos desenlaces. O chamado
homossexualismo é absolutamente normal apesar das supostas discrepâncias na
abrangência entre corpo e alma. Entenda-se que é a mente quem comanda o estado
vivente do ser, exatamente por ser repositória dos códigos anímicos.
Definitivamente, o homem que recebe códigos essencialmente femininos é, na
verdade absoluta, mulher. Sente-se mulher, pensa como mulher, reage como
mulher, pois foi assim que nasceu. Não há nesse ser nenhuma intenção dramática,
interpretação indecorosa, supérflua. É presença verdadeira nos ambientes da
vida. Ocorre o mesmo com a mulher que recebe códigos essencialmente masculinos.
E é da Lei que reconheçamos essa realidade como verdadeira, respeitando os
desígnios de Deus nessa ordem. Não há nenhuma desonra aos héteros aceitar um
homossexual na sua convivência, na sua família, no seu círculo social. Não se
quebra a organização cósmica por entendermos que “pau é pau, pedra é pedra”.
Nas linhas do infinito, quem somos nós para saber o que é certo e o que é
errado? Ainda somos estudantes do ciclo primário na escola da evolução. Ainda
não sabemos nada, não temos a excelência do julgamento. A análise e o
julgamento são da exclusividade da sapiência cósmica, Deus, até que DELE recebamos
o Diploma da Sabedoria Absoluta.