segunda-feira, 3 de maio de 2010

A vez dos Cara-de-Pau.


Tenho assistido a horários políticos na televisão com copo de sal de frutas à minha disposição. Invariavelmente, fico com azia. Quando não, com náuseas. Neste época de eleições, vale tudo para conquistar votos. Até as mentiras, as balelas. A palavra LUTA, outrora utilizada para simbolizar campanhas mobilizadoras em torno de reais interesses populares, hoje é usada de forma leviana. “Tenho lutado pela melhoria salarial...” “Luto pela redução da jornada de trabalho...” “Minha luta é pela reforma agrária...” E assim vai. Recordemos os tempos de eleições passadas, as mesmas ladainhas. “Minha luta é pela melhoria dos pagamentos aos aposentados...” Aí me dói muito. Eu sou aposentado. Trabalhei 37 anos com 70% do tempo pagando à Previdência pelo topo. Mas os cálculos da minha aposentadoria recaíram somente nos últimos três anos de trabalho como autônomo. Minha aposentadoria é ridícula. Injusta. Esse sistema de cálculos é safado, ingrato, indigno. Mas os Cara-de-Pau insistem em dizer que lutam para melhorar a aposentadoria dos brasileiros. Ouço essa mesma história há anos. Por isso, tenho absoluta certeza de que eles, os Cara-de-Pau, lutam verdadeiramente pela aposentadoria, mas DELES. Não se iludam, eleitores brasileiros. Se não renovarmos boa parte desse congresso que aí está, o Brasil continuará estagnado nas questões populares, com as ilusões sustentadas pelo futebol, pelo carnaval, pelo BBB e outras distrações fabricadas a título de alegria de mesas vazias.

Um comentário:

  1. O pior ou melhor, sem eles não temos nada, como na hora de votar não pensamos em nada, ficamos com nada mesmo.
    Temos que viver como um cara de pau, fingindo ser desonesto, fingindo não pagar, fingindo acreditar nas palavras, só assim teremos nossos sonhos e projetos realizados.
    Fingimos também os tapinhas nas costas, fingiremos também o voto alheio.

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