sexta-feira, 5 de agosto de 2011

TIRO QUE FERE... QUERO DIZER QUE JÁ MORRI...

Tiro que fere, derruba, abunda o mar de sangue que se esvai.
                                    Forte o atirador inconsciente da consciência do que fez,
vazio.
 Cheio de luz que aos poucos se vai apagando em gotas como
orvalho.
 Louco que ri da eminência desgraça alheia, se julga herói.
 Os olhos ainda rebuscados e mareados de uma súbita convulsão
de sentimentos.
 Vai se virando sem pressa na certeza do dever cumprido em
nome da honra.
 Estou partindo sem deixar saudades, sem remorso, vitima da
bestialidade humana.
 Recebe a medalha de honra ao mérito e vibra e vai feliz para
sua família.
 O sangue se esgotou ali sozinho, sem amor, sem testemunha,
se foi!

Quero dizer que já morri...

Que senti o gosto das cinzas misturado ao doce sabor de um beijo.
 Ontem desejei o seu fim,
mas o amor mais forte que eu, mudou a direção da faca e morri.
Estar morto me faz viver eternamente aquele amor perdido de
mim que ficou em ti.
Jaz um tempo que reparava em flores, que sentia a brisa,
celebrava o sol...
Quero dizer que o amor me matou sem violência,
mas com ausência.
beto villani




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